Costa Web Novel: abril 2014

25.4.14

Décimo Primeiro Parte 3 - M.A.D


Por vezes errava, mas depois reconhecia. Sabia que a sua ignorância e egoísmo custou à sua amada uma grande amizade. Ela ainda não sabia, e claro, ele tinha a resposta. Por amor a ela afastou-se, a seu pedido! Talvez a iria perder, mas decidiu que não podia ganhar com batota, e de qualquer forma sua consciência já pesava tanto que acabaria por estragar a relação.
-Amor onde estas? Estas mesmo aqui comigo? –Perguntou meiga sentada em seu colo com os braços cercando o seu pescoço. – Viajaste mon aime ( meu amigo em francês), mon copin ( meu namorado em francês)? – Perguntou tocando suavemente os lábios do machão.
- Olha preciso confessar algo. – Disse colocando-a tensa.
- O que foi? Não vais estragar o meu dia pois não?- Perguntou.
- Espero que não. É que nunca é a hora certa para dizer, e eu já não aguento mais omitir o que fiz. – Justificou-se antes mesmo de explicar.
- Diz lá! Já não gosto disso.
Como se o mundo conspirasse, o telefone de Mia toca, não permitindo que Diego revelasse o seu segredo.
 Era Matilde, mãe de Tiago. Estava desesperada e não se podia entender nada. Era Tiago. Foi levado ao hospital de emergência.
Nada mais era importante naquele momento. Mia entrou em choque Diego pode notar. Sentia-se uma péssima pessoa, uma péssima amiga. Ela bem sabia que Tiago não estava bem psicologicamente. Mas não teve culpa ele foi quem à afastou.
Nunca esteve tão sentida como nesse dia, tanto que quase perdia os sentidos. Quis movimentar-se dirigindo-se para fora de casa do seu namorado. Mas não via-se movimentar, como se estivesse presa dentro de seu corpo, sem reacção. Sentiu as mãos fortes segurando-a de modos a que à colocasse sentada. Não entendia seu sentimento, não era normal que isso acontecesse. Sempre levava na desportiva, e nunca entendia porquê as pessoas mostravam-se chocadas por quase qualquer coisa que acontecia com seus familiares, amigos, amados.
Diego tirou o telefone da sua mão, sem entender o que se passava. Foi correndo para cozinha buscar água. Não se sabe como é que em cerca de segundos uma pessoa passa a parecer que não bebe água há muito tempo.
Chegou na sala de estar e deu-a de beber, ainda sem dizer nada para além de “ Acalma-te amor, por amor de Deus”.
- Mia diz-me o que se passa , o que aconteceu que já me colocas doido! – Diz espantado com a situação.
- Diego, eu não sei o que se passa… - Diz começando a chorar de angústia. – Matilde ligou para mim, e chorava… - lamentou. 
- Aconteceu algo com Tiago? – Perguntou realmente preocupado.
- Sim leva-me ao hospital Diego por favor querido, preciso ver meu amigo. – Pede Mia já compondo-se. 
Não entendeu. Pensou que mais uma vez Diego ia reclamar de como ela  dava, supostamente mais importância ao amigo do que a ele.
Fizeram média de 15 minutos na estrada. Chegaram para o hospital e informaram-se e encontraram Matilde acompanha dos tios de Tiago Mendonça.
Assim que a senhora elegância a avistou levantou-se e foi logo ter como Mia a porta da sala de espera. Abraço tão caloroso, amável , zangado, envolto. 
- Querida porquê? Porquê deixaste o teu amigo querida. – Perguntou sussurrando em seu ouvido ainda abraçada a princesa de seu filho.
- Não sei tia? Desculpa! Eu não pensei que fosse assim! – Diz consolando-se.
- Por favor desculpem. – Interrompe Diego. – O que aconteceu?
- Ele incendiou o seu quarto, eu não sei se foi sem querer ou se quis… - Respondo Matilde recebendo um abraço de consolo do Diego.
- Ele está pedindo socorro querida, meu sobrinho é muito melhor. – Diz Diana, a Mulher de Armando, o tio de Tiago, passando a mão pela costas de Matilde.
Era uma situação verdadeiramente lamentável. Seu único filho estava tão mal a pontos de colocar fogo no quarto. Não sabia o que fazer, mas sabia que o erro partia de como ela cuidou da criança durante o crescimento, com frieza e muita ausência. Depois de tanto tempo, ficava muito difícil remediar o erro. Sair da miséria de uma vida para a vida que supostamente todos devem ter. Já passaram de chamadas de atenção, brigas, soluções efémeras, separações, psicologia, ciência mas todas as respostas eram insuficientes e incapaz de encher o vazio que havia nela, e o vazio que tinha a certeza que reinava no coração de seu marido e seu filho.
Pensava tantas coisas, questionava-se se o que causou isso é o seu sucesso financeiro ou a sua falta da habilidade para socializar com sua família. Perguntava-se se era a natureza do mundo viver em agonia, se é que Deus realmente fez o homem para ser feliz. Mas no fundo sabia que havia saída e que haverá sempre, só faltava encontra-la. Pelo menos seu irmão Armando depois de 10 anos sem comunicação voltou quando ficou sabendo do facto. Eram irmãos era o mínimo que podia fazer.
Pela primeira vez na sua vida Diego conheceu o que é amar sem temer, sem sentir nenhum tipo de insegurança ou ciúme. Não contava que ao presenciar a manifestação de amor daquele dois iria sentir-se tão aliviado.
Mia estava apoiada ao ombro de Matilde enquanto sentada e sua mão segurava a de Diego. Os tinham informado que Tiago já estava fora de perigo, foi apenas um susto. Desmaiou por causa da inalação de fumo, mas seu estado já era crítico antes do mesmo. Desta forma descobriram que é um consumidor depois de várias análises. Os médicos sugeriram que ele ficasse uma noite de observação, para o estudo do seu comportamento, já que aparentemente foi uma tentativa de suicídio.
- Obrigada pelo apoio pessoal. – Declara Matilde aliviada mas muito cabisbaixa – Eu vou passar aqui a noite.
- Matilde por favor deixa que eu faça o mesmo!- Exclama Mia olhando para os olhos do namorado, como se a espera de aprovação.
- Filha amanhã tens aulas, é melhor não. Nem tenho a certeza se nos vão deixar ficar no quarto. – Diz a dona te toda elegância.
- Olha eu provavelmente sou uma das melhores alunas daquela instituição. Uma noite não vai alterar o facto. – Respondeu de modos a persuadir sua segunda mãe deixando toda modéstia para trás.
- Tudo bem – Respondeu.
- Olha, querida irmã. – Diz Armando. – Tens de te manter de pé. E lembra-te que para viver nesse mundo, deve se saber como. Estamos aqui e depois já não estaremos, é necessário entender isso e esclarecer o modo que praticas a tua fé. Se tens fé.
- Obrigado maninho. – Responde relembrando os velhos tempos.- Não sei como nunca tens a tristeza estampada na tua face, é incrível. – Sem acabar a frase abraça seu irmão mais novo livrando seus pensamentos  para fora de sua mente.
- Nunca mais deixe-me de fora da tua vida Matilde. Somos muito diferentes, mas somos irmãos. – Armando dá-lhe um beijo e sai com sua mulher.
- Ok, Matilde. Já vou andando então. – Avisa Diego ainda com dó pela situação, e despediu-se de sua namorada. – Amanhã cedinho trago uma roupa para trocares e alimentação. – Continuou.
- Muito obrigada meu bebe. Estas a ser um amigo para mim, vou acompanhar-te até lá fora. – Responde Mia deixando Matilde só com Tiago.

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Minha irmã ficou obcecada pela Selena Gomez. Já não sei quantas vezes ouvi "Who Says"
Bem decidi começar a responder os comentários, aqui para que possam ler.
Obrigada, e sim tivemos uma boa pascoa, e espero que vocês também.

Ilka: Não culpes o Diego, coitado. Fizemos as nossas escolhas e enfrentamos os nossos obstáculos sozinhos. Tiago escolheu sozinho esse caminho. Obrigada por comentar!
Diana: Dá mesmo dó dele. Mas são escolhas que têm as suas consequências. Diego, bem ele terá o castigo perfeito, penso eu. Sim, tivemos e espero que tu também.
Princess: Ainda bem, ficamos felizes por isso. Já em baixo divulgarei e passarei por lá.
Divulgação: Fellings

20.4.14

Décimo Primeiro Capítulo Part.2 - M.A.D

Feliz Páscoa, Meus Amores
Um Domingo abençoado para vocês
Estou feliz, iremos poder dedicar nosso tempo só para vocês.
Teremos uma longa pausa das aulas :)
Espero que gostem
E&E
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Décimo Primeiro Capítulo Parte 2
 

Alguns não ligavam, outros riam, uns sentiam pena, outros tentavam ajudar. Uns ficavam felizes por ele estar pelo menos lá. Mas não era o mesmo rapaz, não era mais o bonitão, dono de todas. Estava mais para um sem abrigo, do que filho de empresários de sucesso. Provavelmente já nem se lembrava do caminho para o ginásio ou para a cozinha de casa, isso sem contar que o rosto dele já estava escondido pelos pelos faciais e o cabelo cujo ninguém alguma vez viu tão grande.
Tiago Mendonça, do mulherengo para um desajeitado. 
Observá-lo era o que Chila mais fazia nos últimos meses. Analisava seu comportamento e reações, e até mesmo apaziguava algumas brigas que ele se metia. Tiago era alguém insignificante  para ela, mas um ser humano que existia no Mundo e que frequentava a mesma Universidade que ela. Mas frequentarem o mesmo andar desde o início era impossível não saber quem ele era. Ainda mais quando Diego o odiava horrendamente.
Tinha que fazer alguma coisa, ela precisava fazer alguma coisa. Não podia ficar de braços cruzados e vê-lo naquele estado. 
Heroína ou cocaína é o que circulava no sangue dele, a ansiedade, a impaciência, a aparência, denunciava o uso. 
Seguiu-o, sem mesmo saber para onde ele ia. Já havia tanta coisa errada que ela estava fazendo nos últimos tempos que ela precisava recompensar. Talvez seu castigo não fosse tão duro.
- Tiago - chamou antes que ele entrasse no banheiro masculino.
O rapaz que estava com a aparência digna de um hippie, encarou-a sem qualquer emoção que pudesse identificar. 
Os seus olhos pareciam estarem a ser forçados a manterem-se abertos, seus lábios estavam estão secos que parecia que não vinham nenhum líquido a muito tempo.
Desceu seu olhar rapidamente para os braços nus dele. 
Seu horror ou mesmo pena, devem ter denunciado que ela viu as marcas de injecção em sua pele pois o rapaz cobriu rapidamente. 
- Sei como ajudar-te - avisou-o.
- Não preciso de ajuda - respondeu.
- Não vai ser fácil, mas sairás dessa - aproximou-se fazendo-o recuar - Tenho meios para ajudar-te.
- Deixa-me em paz - ordenou rude.
- Por favor - disse com dó ao rapaz.
- Fica longe - disse fechando as mãos para manter-se calmo.
- Tiago você precisa de alguém por perto - falou - Posso não ser eu - avisou - Pode ser a Mia...
- Olha aqui - disse empurrando-a contra a parede e com suas mãos já em seu pescoço - Se você diz algo para a Mia eu juro que eu mato você - disse apertando cada vez mais.
Chila manteu o olhar fixo no dele, apesar de sentir o ar faltar. Ele precisava de alguém em quem confiar. De alguém que não tivesse medo. Ela sabia como isso funcionava. O voluntariado ensinou-lhe isso. Como também ensinou-lhe que a pessoa mais importante pode ser o melhor remédio ou a pior droga.

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Comentários respondidos aqui
Comente e seja mais um seguidor.
E continuação da curtinha aqui

13.4.14

Décimo Primeiro - M.A.D + Presente

Prometi e cumpri!
E eu tenho 100 comentários ...
100... Hahahaha! Pobre mesmo contenta-se com pouco.
:) 
Capítulo para vocês e o presente por ocuparem o vosso tempo vindo aqui mostrando-me que alguém lê o nosso trabalho. 
Obrigada :)
Leiam as notas finais
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Décimo Primeiro Capítulo 



A sua pele era macia e delicada, sentia seus lábios mornos beijando sua pele numa calma que chegava a tortura-lo. Ele queria avançar, ele queria satisfazer-se, libertar o fogo que ele continha a anos. Não queria aquela história de sensações e emoções. Ele só queria prazer, satisfação. Apagar o fogo que ele acalmava imensas vezes nos últimos  tempos.
Elevou as pernas grossas e nuas, apoiando o corpo dela sobre a superfície  que era a pedra da cozinha, encaixou-se no meio das pernas dela e pressionou o corpo dela contra o seu, roçando as suas intimidades, fazendo a gemer no seu ouvido, provocando-lhe uma corrente de energia que se pareceu e explodir bem no seu membro.
Tomou os seus lábios com urgência. Esquecendo a delicadeza e o carinho. Aqueles lábios pareciam não merecer o romantismo que ele sempre dava as mulheres. Ele queria dar, porém era uma tarefa que ele era incapaz de cumprir.
Mas ela acompanhava-o como se não se importa-se de quão bruto ele estava sendo. De como ele arrancou a cueca que cobria a sua área mais sensível. Se era assim que tinha que ser para tê-lo, ela teria. Por muito tempo que queria estar em seus braços e aquela era uma oportunidade única.
Sentiu dedos frios tocando-a, fazendo a gemer alto. A onde de calor espalhou-se bruscamente por seu corpo fazendo-a contorcer-se, prendeu seus braços com mais força sobre o pescoço dele, enquanto sentia os dedos agora mais quentes penetrarem-a.
- Quero-te - sussurrou no ouvido dele com a voz rouca e sem fôlego.
Suas mãos já se encontravam com o zíper dos jeans enquanto os lábios que estavam em sua boca sugavam seus mamilos e seus dedos ainda no interior dela.
- Diego - gemeu sentindo que iria explodir muito em breve.
Sentiu sendo preenchida fazendo-a gemer mais alto, esquecendo-se que tinha seus pais dormindo e quão errado era aquilo.
Os movimento que ele fazia estavam sincronizados com os gemidos que deixava escapar, delicadamente fê-la deitar seu tronco sobre o balcão, aumentando a velocidade das suas investidas e o volume dos gemidos dela. Cobriu rapidamente sua boca, abafando seus sons com suas mãos.
Sentiu ela tremer bruscamente e contorcendo-se e sorriu. Como ele sentia falta daquilo, mas não era a ela que ele queria satisfazer daquela maneira. Não era ela que ele queria estar preenchendo naquele momento. Era Mia, e não Chila. Mas ele precisava.

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Confuso o capítulo, não é? Vocês entenderam mais adiante.
Culpem-me pela preversidade, não querendo deixar a Elda envergonhada
E aqui está o meu presente para vocês, e se gostarem divulguem meninas 
-> Presente <-
Beijos!
Comente é Divulgue!

12.4.14

10 Capítulo PART 3 - M.A.D

Não mereço perdão nem nada parecido. Mas peço desculpas, está ficando complicado para mim, o que me faz sentir péssima. Não que tenha centenas de leitores para me justificar, mas os que tenho são tudo que eu poderia pedir. Desculpem-me. Agora sendo seria. Todo o Domingo e com bônus Jemi para vocês. Começa o Bônus amanhã mesmo :) 
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Capítulo 10 . 3ª parte.

- Amo, amo, amo, amar-te. – Declara Diego enquanto suas pupilas alastram. - Nunca pensei que fosse a mim que entregarias o teu coração. – Respondeu tão sincero quanto podia ser. – Nada ou ninguém há de nos separar. – Continuou fortalecendo a sua declaração.
Em tempos, Diego vivia reclamando de como Tiago era o primeiro refúgio dela,  Tiago daqui e acolá. Este facto era uma parede que os separava do amor que era suposto terem um pelo outro. Depois do desaparecimento do moreno da vida de Mia ficou claro que dividir o amor diminui a intensidade como se demonstra, mas talvez não muito como se sente. 
Talvez fosse o facto de ela entregar-se finalmente por completo a seu companheiro. Ou o facto de se sentir rejeitada fez com que ela amasse mais quem à aceitou. 
Entretanto nada poderia apagar o facto de que por um bom tempo quem à apoiava de baixo para cima era seu querido, irmão, amigo, grandalhão. Já começava o dia perguntando porquê, como se não bastasse acabava por perguntar porquê não. Não era exatamente o que ela queria, elimina-lo de sua vida. Mas de qualquer forma não sabia exatamente o que queria. Estava confusa sobre a possibilidade de estar confusa, assim como não entendia o que realmente aconteceu para todo essa reviravolta, não estava triste, feliz ou infeliz. Simplesmente estava. Estava a usufruir daquilo que ao menos tinha, amor de sua família, amor do Diego, amor por ela própria. Mas como estaria seu amigo? Bem? Mal? Abandonado?
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Reparei agora que nem capítulo isso é!
Que vergonha ( momento que só emoji explica)
Amanhã resolverei isso amores

4.4.14

Décimo Capítulo PART. 2 - M.A.D

Tiago encontrava-se mais e mais dentro do género de vida que ele nunca sonhou ter. Pelo menos foi sortudo o rapaz não ter apresentado uma queixa. Talvez por medo, pois sabia que ele seria culpado de estupro se denunciasse Tiago. Não sabia o que fazer a seguir. Não percebia coisa alguma, mas conseguiu tomar uma decisão ao menos. Depois de ter quase morto alguém já não via prazer em consumir substâncias entorpecentes. Mas o vício ainda estava activo e precisava de ajuda, queria ajuda, mas tinha vergonha de explicar para quem quer que fosse, e a única pessoa a quem conseguiria distanciou-se dele, totalmente.
Não sabia de onde o seu amigo buscava as drogas, e agradecia por não saber. Desta maneira saia desta facilmente. Bastava mandar para o lixo aquele a quem chamava amigo.
- Tiago! – Matilde chamou na esperança que ele saísse da varanda de seu quarto- Filho? Já comeste alguma coisa?- Perguntou assim que o viu.
- Sai do meu quarto Mulher, não quero-te aqui. – Respondeu grosseiro.
- Quarto é seu, mas a casa é minha, minha - Repreendeu. - Estou preocupada! Quase nem comes,  o que se passa?  – Questionou ferida e histérica.
Tiago suspirou e ignorou-a como se nem tivesse ouvido.
– Tu vás comer a bem ou mal, se não aceitares sais da minha casa, pois ela não é um museu onde ficam coisas mortas! – Disse fazendo referência ao estado físico de seu único herdeiro.
Sua mãe esforçava-se para saber o que  realmente estava a acontecendo com ele. Mas tinha dificuldades, nunca foi tão presente e nem amiga. Tentava, mas não conseguia. Era a menina que o tirava das ruas, que o repreendia, repentinamente desapareceu daquela casa levando a alegria com ela. Há tempos que já não via seu filho nem estudando, nem fazendo confusão, simplesmente nada.  Ele simplesmente estava ali, porém invisível, comportava-se como se não existisse. Saía pela manhã com uma mochila e voltava a noite, mas os cadernos e livros continuavam no mesmo sítio, em casa, por baixo da cama. O bom é que já não ouvia falar de Tony, o que deixava-a um pouco mais tranquila. Suspeitava que era talvez excesso de álcool ou alguma depressão, alguma coisa análoga, mas negava o que suspeitava, pois ela nunca daria a luz a um filho que se perdesse no mundo. Um filho doente. E de maneira nenhuma envolveria médicos. Certamente que é o amor pela amiga. Pois ela desapareceu. O que ele precisava era conhecer novas pessoas.
Pegou no prato de sopa e colocou ao lado dele. Nem sequer um olhar trocaram, ele estava noutro mundo. E sua mãe nunca tinha saído do dela.
- Vou viajar durante um mês, querido. - avisou - Sei que não queres falar comigo e que gritei contigo. Mas amo-te muito - disse apercebendo-se da ausência de reacções vindas dele - Deixei muitas comidas feitas na geladeira para te alimentares -  avisou-o acalmando os ânimos.
- Vai, foge. É o que sabes fazer. – respondeu frio e trêmulo fazendo escorrer uma lágrima dos olhos de sua mãe.
- Eu não sei o que queres de mim filho? Dou-te tudo, tens tudo que sempre quiseste, todo o sucesso que tenho é por ti. – Falou soluçando.
Tiago gargalhou, espalhando a sua ironia e desprezo pelas palavras citadas. Como se o sucesso dela muda-se alguma coisa. Talvez se não lhe fosse dado tudo que desejava as coisas seriam diferentes.
- Deus, o que eu fiz de errado? – sentou-se, fraca , lamentando. Ela era mãe e o amava de verdade, mas não era fácil para ela demonstrar o seu amor pelo filho. Não tinha ainda se apercebido que não era de coisas que o filho precisava mas sim dela.
- Por favor, por favor… diz-me o que faço – Perguntou ainda sentada na beira da  com os olhos fixos na sombra de seu filho Aguardando alguma reação, algum sinal. Alguma coisa.
Em fim Tiago saiu daquela varanda. Ouvir sua mãe daquele jeito nunca foi seu plano, mas contudo ele precisava que ela demonstra-se seu amor, ele queria saber que alguém o amava. Entrou para o quarto onde estava sua mãe. Ajoelhou-se, parecia um velho pela maneira que movimentava-se, e deu um beijo sobre o cabelo de Matilde.
- Vá embora. – Respondeu ferindo a mãe.
Lembrou-se de como era tão divertido ter a casa para ele. Claro , ele nunca estava sozinho, Mia encarregava-se de enche-la de alegria que parecia que a casa sempre estava cheia dela. Pois desta vez estava mesmo sozinho. Seu pai nem sequer se importava. Nem mesmo ficava tempo suficiente para ver alguma mudança, nele ou na casa.
Voltou para varanda, observava as pessoas que passavam pela vizinhança. Era incrível como duas pessoas que vivem na mesma rua nunca cruzavam-se quando o caminho é quase o mesmo. Colocou seu auscultadores, pegou seu cigarro, enquanto ouvia o motor do veículo de sua mãe ligar e sair da garagem. Seguia com os olhos onde o automóvel ia numa velocidade abaixo da média quando os seus olhos viram o que desejava,Mia.
Estava sorridente, radiante, bela, feliz e usava o vestido que ele tinha oferecido. Acenava à Matilde. Sua mãe fez questão de ir ter com ela. Verificou que abria a janela para permitir que Mia falasse. Riam as duas, e gesticulavam como se conversassem algo meramente sério. Finalmente arrancou. Mia dava costas a casa dele e observava Matilde desaparecer. Ele sabia que ela tinha a certeza que estava naquela varanda. Sua mãe provavelmente contou. Tiago quis gritar pelo nome dela, pegou o cigarro e atirou ao chão, levantou-se daquela cadeira quando ela vira-se para varanda permitindo o contacto visual. Não diziam nada. Estáticos os dois estavam. Observavam-se sem se quer sorrir, chorar ou acenar. Simplesmente comunicavam-se pelo olhar. Lembrou-se que estava com um aspecto horrível que o colocou tímido. Em questão de um segundo entulhou-se no quarto deixando-a observar a varanda vazia.

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Olá pessoal, tudo bem com vocês?
Leitores fiéis e fantasmas beijão para Vocês.
Gostaram do Capítulo?
Sim! Oh que bom :) Kkkk
Bom final de semana